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Pré-Determinismo, destino e outras coisas mais.

Você ja deve ter se perguntado, em algum momento, o por que de certas coisas darem errado, não importando o que você faça, e outras funcionando sem o mínimo esforço da sua parte. Já deve ter percebido também que alguma ação, lá no passado, teve alguma reação no presente que te fez lembrar imediatamente dela. Se não lembra, que tal se perguntar: “E se minha família tivesse me matriculado em outra escola?”, consegue imaginar? Simplesmente toda sua vida seria diferente. Outros amigos, outras festas, outros problemas, outros romances. O Pré-Determinismo assume que há um “destino” que já foi definido pela causa primeira, e que essa causa gerou uma reação em cadeia, até os dias de hoje, de Causa -> Consequências, consequências que seriam causas das novas consequências, e assim por diante. Mas diferente da visão comum, e religiosa, que temos sobre o destino, em que toda Causa tem sua Finalidade, também conhecido como Pós-Determinismo, o Pré-Determinismo simplesmente diz ter um caminho ‘já traçado’, mas ninguém o escreveu e ele não está ai para finalidade alguma, simplesmente aconteceu. O problema que muitas pessoas encaram para aceitar esta filosofia está na seguinte silogia:

Tudo possui uma causa. Duas causas iguais, e em situações iguais, não podem gerar consequências diferentes. Logo, estamos presos a uma cadeia de causas-> consequências já pré-determinadas.

Perceberam o problema? Esta lógica ataca diretamente o livre arbítrio, que é defendido não só por religiosos, mas pela maioria do seres humanos. Ouvir alguém falar que você não tem direito algum de escolha, é no mínimo pertubador. Pense bem, o que determina suas escolhas? Inluência dos amigos, sua personalidade, sua família, sua visão de ética, as oportunidades, tudo isso te influência de alguma maneira e cada um desses fatores possui suas próprias causas que levaram ao seu encontro.

“Mas, eu posso agir de forma totalmente contrária à minha personalidade pra mudar esse tal destino” ou “Se tudo já está definido, então posso fazer o que quiser e não podem me culpar por isso”

É a argumentação que algumas pessoas utilizam, mas você não sabe qual é esse ‘futuro pré-determinado’, então como vai afirmar que está mudando ele? E caso você aja de tal maneira, você provavelmente tem algo que te fez agir assim, seja uma característica desafiadora, ou uma posição mais revoltada. Ninguém vai sair por ai cometendo crimes pelo simples fato de ter conhecido uma nova filosofia, só vai acontecer se a pessoa estiver pré-disposta a isso.

“Mas se não podemos prever esse futuro, qual seria a utilidade de saber que ele já está definido?”

Aparentemente nenhuma. Algumas pessoas entram em depressão profunda ao saber disso por considerarem ter perdido o ‘sentido da vida’. Eu prefiro pensar que isso ajuda a parar de me preocupar com o passado, com coisas que deixei de fazer, ou fiz. Mas também nunca deixar de fazer sempre o seu melhor e buscar ao máximo atingir suas metas, sem prejudicar àqueles a sua volta.

“Nós podemos tomar o estado presente do universo como o efeito do seu passado e a causa do seu futuro. Um intelecto que, em dado momento, conhecesse todas as forças que dirigem a natureza e todas as posições de todos os itens dos quais a natureza é composta, se este intelecto também fosse vasto o suficiente para analisar essas informações, compreenderia numa única fórmula os movimentos dos maiores corpos do universo e os do menor átomo; para tal intelecto nada seria incerto e o futuro, assim como o passado, seria presente perante seus olhos”  -Pierre Simon Laplace

Matheus Carvalho

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